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Fibra de bananeira: Uma história de inovação e sustentabilidade

Refletindo uma demanda social mundial, cada vez mais o mercado do design e da decoração se mobiliza na busca de novas formas criativas e sustentáveis de trazer a natureza para dentro dos lares. 

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Há exatos 18 anos, em julho de 2002, iniciamos nosso incrível projeto com a fibra de bananeira. Neste mês, vamos relembrar desta página da história da Jardim e de todos os impactos dele advindos. 

Vamos lá? 

Exclusividade, brasilidade e sustentabilidade 

sofás e poltronas com fibra de bananeira
Primeiros sofás e poltronas da Jardim com detalhes em fibra de bananeira.

Todo grande projeto nasce de uma necessidade percebida. No início do milênio, a emergência dos debates ecológicos influenciou a sociedade como um todo e em cada aspecto de suas vidas. 

Neste contexto, a Estofados Jardim lançou-se em um grande desafio: levar a natureza para dentro da casa de seus consumidores, alimentado pelos conceitos de exclusividade, brasilidade e sustentabilidade. 

A solução veio na forma de um material nativo e abundante na região: a fibra de bananeira. 

A fibra de bananeira e a cidade de Corupá, SC 

A bananeira é uma árvore que dá frutos uma única vez, morrendo naturalmente após o ciclo. Seu tronco se decompõe ao longo de mais ou menos um ano, contribuindo neste meio tempo para a proliferação de insetos, em especial o maruim. 

Após uma prévia pesquisa, nossa equipe localizou um pequeno grupo composto por quatro artesãos na cidade de Corupá, SC, que habilidosamente teciam seus artesanatos, como anjos, caixas decorativas e vasos, através de uma matéria-prima incomum: a fibra extraída do tronco da bananeira. 

troncos de bananeira
A fibra é extraída dos troncos de bananeira.

Um processo totalmente artesanal e que representava uma pequena fonte de renda para a comunidade local, a fibra de bananeira preenche todos os conceitos de exclusividade, brasilidade e sustentabilidade. 

O desafiador processo da inovação 

A escolha da fibra de bananeira foi apenas o início de toda essa jornada. Era preciso entender cada detalhe do processo de transformação da matéria-prima na escala artesanal.  

O tronco da bananeira é cortado e dele são extraídas as fibras que, após secas, já estão prontas para a manufatura. 

Já, na aplicação da técnica em escala industrial, foram necessários aprimoramentos no procedimento, além do desenvolvimento de duas máquinas desenhadas exclusivamente para este projeto e a adaptação de uma terceira. 

secagem da fibra de bananeira
Fibra de bananeira: da produção artesanal ao processo industrial.

Uma máquina para abrir as faixas da fibra e extrair a água, outra para executar os processos de separação e padronização por tamanho, e uma última máquina responsável por acabamentos necessários para a aplicação nos móveis. 

Frutos que se perpetuam 

A fibra de bananeira ganhou uma linha específica nos móveis da Estofados Jardim e há quase duas décadas segue em grande aceitação por parte do público. 

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O grupo de quatro artesãos tornou-se uma pequena empresa que emprega 17 funcionários devidamente registrados, além de empregos indiretos, gerando renda para toda a comunidade. 

Já o tronco da bananeira ganha vida e forma através de uma produção artística que gera renda e contribui para a preservação do meio-ambiente e o equilíbrio do ecossistema. 

Agradecimentos 

A fibra de bananeira é um material reciclável, proveniente de um trabalho artesanal adaptado para a escala industrial pela Estofados Jardim, baseado em projetos ambientais e sociais. 

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Recordar este importante marco é também lembrar e reconhecer o esforço daqueles que o fizeram acontecer. 

Para que o projeto desse certo e fosse o sucesso que é, foi preciso participação e coragem de várias pessoas, dentre elas podemos citar Daniela Ferro Gil, designer da linha Trama que captou a necessidade do mercado e lançou o desafio para a Estofados Jardim. O Sr. Onivaldo Stähelin, (diretor-presidente da Estofados Jardim) que acreditou, financiou e auxiliou no desenvolvimento do maquinário e fornecedor. Os colaboradores Celso Hille e Alexander A. Di Mari, que tiveram como tarefa encontrar um fornecedor local, realizar o estudo de extração, desenvolver o maquinário necessário, aprender e ensinar simultaneamente a técnica de trama para aplicação em móveis. Também o casal Sandra e Ramiro, atualmente proprietários da empresa Ramisa, antiga comunidade de artesãos, que hoje faz a trama de nossos móveis em escala industrial, que tiveram coragem de apostar no projeto. 

Raízes há 18 anos germinadas e que seguem gerando sólidos frutos. Mais uma página destas 4 décadas de Estofados Jardim.